O Internet Archive violou direitos autorais ao emprestar e-books durante a pandemia
O Internet Archive violou os direitos autorais ao fornecer e-books. Ela não tinha permissão para distribuir e-books gratuitamente durante a pandemia.
Um juiz federal decidiu contra o Internet Archive em seu caso contra um grupo de quatro editoras americanas lideradas pelo Hachette Book Group. O juiz John G. Coeltle disse na sexta-feira que a organização sem fins lucrativos violou os direitos autorais do grupo ao fornecer cópias digitais de seus livros, informou a Reuters.
O Internet Archive violou direitos autorais ao fornecer e-books
A origem deste caso remonta à decisão do Internet Archive de abrir a Biblioteca Nacional de Emergência nos primeiros dias da pandemia. O programa permitiu que a organização oferecesse mais de 1,4 milhão de e-books, incluindo obras licenciadas, gratuitamente, em resposta ao fato de que muitas bibliotecas ao redor do mundo estavam fechando suas portas devido a medidas de quarentena dos governos.
Até março de 2020, o programa Biblioteca Aberta do Internet Archive funcionava sob um sistema de “empréstimo digital supervisionado”, o que significava que muitas vezes havia uma lista de espera para emprestar um livro desse catálogo. Quando a pandemia atingiu, o Internet Archive suspendeu essas restrições para facilitar o acesso aos livros quando as pessoas estavam trancadas em suas casas. A Copyright Alliance rapidamente percebeu a ameaça dessa iniciativa. Em junho de 2020, a Hachette, junto com a HarperCollins, a Penguin Random House e a John Wiley & Sons, processou o Internet Archive, acusando a organização de “infração intencional de direitos autorais em massa”.
Ela não tinha permissão para dar e-books de graça durante a pandemia
Durante a ação, o Internet Archive se defendeu dizendo que essa iniciativa é protegida pelo princípio do uso justo, que permite o uso não licenciado de obras licenciadas em determinadas circunstâncias. Como observa o The Verge, a HathiTrust, uma subsidiária do projeto Google Books Search, usou com sucesso esse mesmo argumento em 2014 em sua defesa contra o todo-poderoso Authors Guild. No entanto, o juiz Coeltle rejeitou a posição do Internet Archive, afirmando que “não há nada significativo” no empréstimo de cópias não autorizadas dos livros. “Embora o [Arquivo da Internet] tenha o direito de emprestar livros impressos comprados legalmente, ele não tem o direito de digitalizar esses livros e distribuir cópias digitais em massa”, escreveu ele. Maria Palante,
Por sua vez, o Internet Archive interpôs recurso contra a decisão. “As bibliotecas são mais do que departamentos corporativos de atendimento ao cliente de banco de dados. Para que a democracia sobreviva em escala global, as bibliotecas devem ser capazes de manter seu papel histórico na sociedade – possuindo, preservando e emprestando livros”, escreveu a organização em seu blog. “Esta decisão é um verdadeiro golpe para bibliotecas, leitores e autores.”
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